quinta-feira, 14 de abril de 2011

João Pessoa sedia o I Encontro de Doença Falciforme de Capitais do Nordeste


Nessa terça-feira (12) foi realizado no Tropical Hotel Tambaú, em João Pessoa, o ‘I Encontro de Doença Falciforme de Capitais do Nordeste’. Estiveram presentes ao evento representantes do Ministério da Saúde, Secretaria da Saúde do Município de João Pessoa, Associação de Pessoas com Doença Falciforme da Paraíba e o vereador Bira Pereira (PSB), autor da lei que instituiu na Capital paraibana o ‘Programa de Promoção e Atenção Integral às Doenças Falciformes’.
A falciforme é uma doença genética que se originou há vários séculos no continente africano, daí sua grande incidência no Brasil, país cuja maior parte da população é de origem africana. Essa doença é causada por uma modificação no DNA que, ao invés de produzir a hemoglobina ‘A’, responsável pela oxigenação adequada das células do organismo, produz uma hemoglobina chamada ‘S’.
Segundo o vereador Bira, autor do ‘Programa de Promoção e Atenção Integral às Doenças Falciformes’, é preciso criar medidas para diagnosticar e tratar as pessoas com essa doença. O parlamentar lembrou ainda a importância de políticas de ação conjunta entre as secretarias da Saúde municipal e estadual, e afirmou que estão sendo desenvolvidas uma série de atividades direcionadas à saúde da população afro-descendente.
De acordo com Bira, “o programa proposto pelo município de João Pessoa deve observar algumas diretrizes, como a identificação da doença e os serviços de tratamento oferecidos pela rede pública de saúde, além da orientação à população e aos profissionais da área que tem um conhecimento muito restrito a respeito das doenças falciforme”.
A coordenadora da ‘Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme’ do Ministério da Saúde, Joice Aragão, lembrou que o primeiro diagnóstico para a doença pode ser feito ainda na maternidade por meio do teste do pezinho.
Sobre o ‘Encontro de Doença Falciforme de Capitais do Nordeste’, Joice ressaltou que “o principal objetivo do encontro é fazer com que os gestores e os representantes estaduais possam dialogar, juntamente com o Ministério Público, sobre as dificuldades encontradas pelo setor, mas também sobre as medidas adotadas para sanar essas dificuldades”, disse.
Para o jornalista Dalmo Oliveira, presidente da Associação de Pessoas com Doença Falciforme da Paraíba, o encontro é uma oportunidade para ver como as capitais do Nordeste têm avançado em relação à implantação de programas especiais para as pessoas com a doença.
Dalmo ressaltou a importância do ‘Programa de Promoção e Atenção Integral às Doenças Falciforme’ do município de João Pessoa, criado pelo vereador Bira, em parceria com a Associação Paraibana dos Portadores de Anemias Hereditárias (APPAH), e lembrou que a nova lei possibilita aos negros um atendimento especializado.
Para Dalmo, o desenvolvimento de políticas de saúde para a população afro-descendente consiste em uma antiga reivindicação do movimento negro. “A gente fica feliz com os avanços obtidos no setor da saúde e também por poder contribuir para que o paraibano, de um modo geral, desperte mais para a sua africanidade”, afirmou.
Durante o evento, foram discutidas ainda questões relacionadas ao desenvolvimento social e ao respeito às tradições religiosas e culturais dos afro-descendentes.
Doença Falciforme
Quando uma pessoa recebe o gene que produz a hemoglobina ‘S’ do pai e também da mãe, ela desenvolve um padrão genético denominado ‘SS’, causador das doenças falciformes. Devido à má oxigenação do organismo, as pessoas com falciforme têm problemas de circulação sanguínea, apresentando inchaço, anemia, dores ósseas, abdominais, infecções e hemorragias. Esses sintomas podem se apresentar de forma leve, mas também podem levar à morte.
Calcula-se que nasçam por ano, no Brasil, cerca de três mil crianças com Doença Falciforme (‘SS’) e 200 mil com Traço Falciforme (‘AS’).
Esse post foi publicado de terça-feira, 12 de abril de 2011 às 21:25, e arquivado em Featured.

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