sexta-feira, 8 de abril de 2011

Dreminas denuncia negligência no atendimento a associado em crise falciforme


Parte dos ativistas da DREMINAS em reunião recente
No último dia 25 dirigentes da nossa associada em Minas Gerais, DREMINAS, foram acionados por familiares de Luiz Carlos da Cruz, um paciente falciforme, que peregrinava à procura de atendimento na rede hospitalar, da capital, Belo Horizonte.
Segundo o relato, Cruz começou a sentir dores muito fortes no abdômen a ponto de ter desmaios. Procurou, inicialmente, a UPA da Região Norte, no bairro, Primeiro de Maio, onde aguardou mais de cinco horas para ser atendido.
“Ele foi medicado com paracetamol e hidratação venosa e, em seguida, foi liberado, sem fazer um hemograma, um raios-X ou outro exame qualquer. Como as dores continuavam, procurou o Hemominas, onde foi atendido pela hematologista que o acompanha. Ela então percebeu que Luiz Carlos estava tendo crise vaso-oclusiva, encaminhando-o imediatamente para  Hospital das Clinicas, pois deveria ser internado para os devidos cuidados”, relata Maria Zenó Soares da Silva, ativista da DREMINAS.
Ao chegar ao HC, a médica responsável pela triagem informou que o PA estava lotado e que não tinha como atendê-lo, assegurando que o caso não era urgente, re-encaminhando para a UPA Centro-Sul. Daí em diante a DREMINAS começou a intermediar a internação do jovem, com apoio do Cehmob, e da Fundação Hemominas.
“As pessoas com a doença falciforme são, geralmente, duplamente afetadas: pela discriminação por ter a doença e por, em sua maioria, ser negro. Isto leva a preconceito, baixa autoestima etc;. Nós pacientes temos medo de urgência e emergência por causa de episódios como esse do Luiz. Não queremos nada de mais, queremos  apenas que respeitem o primeiro direito, que é o direito à vida”, afirma Zenó.
DREMINAS deve protocolar reclamação oficial às secretarias de Saúde do Estado e do município de BH, denunciando o atendimento inadequado da médica-plantonista que se recusou a atender Luiz Carlos. O epsódio mostrou mais uma vez, que, mesmo em Minas, estado reconhecido nacionalmente pelos avanços no tratamento da doença falciforme, o atendimento às pessoas com a patologia ainda deixar muito a desejar.


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