Dreminas denuncia negligência no atendimento a associado em crise falciforme
Segundo o relato, Cruz começou a sentir dores muito fortes no abdômen a ponto de ter desmaios. Procurou, inicialmente, a UPA da Região Norte, no bairro, Primeiro de Maio, onde aguardou mais de cinco horas para ser atendido.
“Ele foi medicado com paracetamol e hidratação venosa e, em seguida, foi liberado, sem fazer um hemograma, um raios-X ou outro exame qualquer. Como as dores continuavam, procurou o Hemominas, onde foi atendido pela hematologista que o acompanha. Ela então percebeu que Luiz Carlos estava tendo crise vaso-oclusiva, encaminhando-o imediatamente para Hospital das Clinicas, pois deveria ser internado para os devidos cuidados”, relata Maria Zenó Soares da Silva, ativista da DREMINAS.
Ao chegar ao HC, a médica responsável pela triagem informou que o PA estava lotado e que não tinha como atendê-lo, assegurando que o caso não era urgente, re-encaminhando para a UPA Centro-Sul. Daí em diante a DREMINAS começou a intermediar a internação do jovem, com apoio do Cehmob, e da Fundação Hemominas.
“As pessoas com a doença falciforme são, geralmente, duplamente afetadas: pela discriminação por ter a doença e por, em sua maioria, ser negro. Isto leva a preconceito, baixa autoestima etc;. Nós pacientes temos medo de urgência e emergência por causa de episódios como esse do Luiz. Não queremos nada de mais, queremos apenas que respeitem o primeiro direito, que é o direito à vida”, afirma Zenó.
DREMINAS deve protocolar reclamação oficial às secretarias de Saúde do Estado e do município de BH, denunciando o atendimento inadequado da médica-plantonista que se recusou a atender Luiz Carlos. O epsódio mostrou mais uma vez, que, mesmo em Minas, estado reconhecido nacionalmente pelos avanços no tratamento da doença falciforme, o atendimento às pessoas com a patologia ainda deixar muito a desejar.
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